A cria!


Por: Carlos Grison ( gaúcho).




Ora pois, se a vontade me vem aos bofes

E faz com que eu sinta pena das pessoas inventadas

Tipo embalagens recicladas caminhando à esmo!

Não os vejo indefesos, e muito menos me atento

As necessidades de seus rostos,

Preferia vê-los sorrindo, acreditando estar existindo

Nesse paralelo convexo e distorcido.

Não me oponho e nem brigo!

Quero mais é vê-los em seus postos

Orgulhosos da vaidade

Sem nenhuma autenticidade

Idolatrando as coisas tolas!

Não me convém pensar em mudá-los nunca,

Sendo que com essa existência

Essa verdade vendida, é a que me deu a cria

Me fez crescer e julgar passos

Sem eles eu sou o nada.

Assim como é a vela sem o vento

E a boca sem o beijo

Prefiro assim.

Tosco mesmo e sem surpresas

Inventando as singelezas

Com olhares de alegria

E sem pontos de partidas